Esta obra literária conta a história de Leandro e Letícia, uma trama que revela como a inveja — prima bastarda da admiração — pode se transformar em destruição.
Letícia, mulher de bom gosto e personalidade marcante, havia adquirido um belo carro da Chevrolet: um Monza automático marrom metálico. O veículo chamava atenção por sua elegância, e isso despertou em Leandro um sentimento tóxico de inveja e cobiça.
Letícia costumava frequentar uma boutique de roupas, cuja estilista tinha um genro que negociava compra e venda de automóveis. O rapaz fez uma proposta superior à de uma agência, realizou o pagamento corretamente e solicitou que o documento do veículo fosse assinado, prometendo a transferência dentro do prazo legal.
Por negligência e excesso de confiança, Letícia não acompanhou a transferência do carro. Foi nesse descuido que Leandro, com malícia e covardia, passou a usar o veículo em nome dela, sem que Letícia sequer desconfiasse.
Leandro circulava com o carro apresentando suas namoradas e, sempre que questionado sobre o documento, mostrava o registro em nome de Letícia, dizendo que ela o havia esquecido. Adulterou a placa do veículo e, com a conivência de pessoas ligadas à segurança pública, registrou ocorrências em nome de Letícia, livrando-se das infrações que cometia.
Enquanto o verdadeiro culpado se mantinha “limpo”, o nome de Letícia era manchado injustamente, acumulando referências negativas e sofrendo as consequências de atos que não cometeu. Leandro se beneficiava da proteção de um círculo de amizades duvidosas, que lhe garantiam impunidade e apoio em seus malfeitos.
Mas, como toda farsa um dia chega ao fim, a verdade começou a emergir. Aquele que destilava veneno e difamação acabou vítima das próprias mentiras, vendo desabar o castelo de ilusões que construiu para se manter impune.
Durante as pesquisas que inspiraram esta obra, foi possível constatar um número alarmante de pessoas que têm seus documentos usados indevidamente por terceiros, muitas vezes com o auxílio de aliados dentro de sistemas frágeis. Por isso, é essencial que todos mantenham seus documentos atualizados, com recursos de segurança modernos — como QR Codes e tarjas magnéticas —, para dificultar a ação desses larápios bem articulados.
Leandro se sustentou por anos com conluios e conchavos, manchando o nome de uma mulher inocente e se passando por mocinho. Mas, no Brasil, ainda existem instituições sérias e vigilantes, que, ao separar o joio do trigo, mostram que a verdade pode demorar, mas não falha. E quando a justiça chega, a casa cai — e cai alto.
Dra. Rosemary Louzeiro